quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Balanço do GDR no Torneio (Infanto-Juvenil) Municipal de AROUCA

Terminada que está mais esta etapa, é tempo para efectuar o devido balanço deste Torneio, desta actividade em que mais uma vez o GDR esteve representado. Foram 36 jovens atletas que se prontificaram a representar esta Associação.

No Escalão de Sub-12, o “VÁRZEA 2” (leia-se AROUCA), uma equipa de verdadeiros benjamins, composta na maioria por miúdos de 10, 11 anos e até mesmo um de 9, debateu-se bem, é certo que os resultados não foram muito animadores para eles, apenas ficaram em 9º lugar. Mas atendendo à sua inexperiência e imaturidade, a maioria estava pela 1ª vez a competir neste Escalão e atendendo também ao grupo fortíssimo em que calhou (defrontando o Campeão e o Vice-Campeão da prova) condicionou-os muito. Juntando-se a isso, o facto de alguns miúdos irem de férias durante o Torneio, abrindo lacunas e diminuindo as opções técnicas. A ressalvar o facto de não terem sofrido goleadas, sofrendo até poucos golos em toda a prova, as derrotas foram quase sempre pela margem mínima. Nesta equipa sobretudo pontificaram a habilidade do guardião Fábio Ramos, a capacidade de entrega do trio João Teixeira/Pedro “Pena”/”Danny” e a veia goleadora do pequeno Leandro Filipe (9 anos).

Na outra equipa que competiu no Escalão de sub-12, o VÁRZEA conseguiu um honroso 4º lugar, mostrando bom futebol ao longo do Torneio com algumas goleadas. Só perdendo com o Fermêdo (3º Class.) e apenas caindo nas ½ Finais aos pés do Moldes que se viria a sagrar, com todo o mérito, Campeão. Aqui há a destacar o guardião Roberto Ferreira com soberbas defesas (que se não fosse o jogo com o Fermêdo, seria eleito o melhor g. r. da prova), “Zé” Carlos muito seguro na defesa, o Cap. Rafael Lopes muito combativo e esforçado e na frente a veia goleadora de Fábio Júnior (8 golos).

Nos Sub-14, uma equipa que (no início) ninguém dava nada por ela e que começou desde logo a caminhar a passos largos e acelerados, entrando a arrasar, despachando o Rossas, que era o detentor do título, por impensáveis 4-1 e assim prosseguiu até à Final. Eliminou a possante equipa do Mansores nas ½ Finais nas gp’s, “Carlitos” mostrou classe e o pontapé do João Duarte acabou com o sonho do Mansores. Depois na final perante a melhor equipa da prova, o GC Urrô, sucumbiram ao seu poderio ofensivo. Equipa quase toda ela constituída por jovens nascidos em ’96 (com 14 anos feitos ou prestes a completá-los), em que já se denotava grande porte atlético, muito rápidos e entrosados, fortes no jogo aéreo, decididos a aliviar o esférico e a evitar erros defensivos, não nos deram qualquer hipótese, a equipa era muito jovem (só 3 miúdos é que tinham 14 anos, o resto era tudo 12 e 13 anos), de baixa estatura, franzinos mas com muita técnica. Mas que na final mediante os nervos e a adversidade no marcador nunca soube funcionar como equipa, partia o jogo, tentava lances individuais e à menor dificuldade perdia a calma e se precipitava. No final uns concludentes 6-0 para o GC Urrô, tendo os últimos 3 tentos ocorridos nos derradeiros 5 minutos.
A final foi um jogo atípico e porquê? Porque falamos da única equipa sem derrotas em todo o Torneio, que nunca esteve em desvantagem, que sempre foi muito esclarecida e que teve ‘apenas’ o melhor guardião do Torneio, recebendo o prémio de melhor defesa. “Carlitos” F. foi um verdadeiro felino na baliza, foi um desespero para os avançados contrários tentar marcar-lhe um golo.

Ao lado dele esteve a alma desta equipa, um verdadeiro “esteio”, “Zé” Miguel Pinho sempre pronto a desarmar os seus adversários, a lançar o contra-ataque e também tentando a sua sorte com os seus remates em “folha-seca”. O seu companheiro na defesa, JF Tavares também não comprometeu. Depois quer o Sérgio Soares, os gémeos Duarte (Fábio e João), o Dilan e o Rui Filipe também deram o seu contributo, embora às vezes de forma um pouco mais intermitente. O Davide Duarte foi aquele que mais maturidade mostrou (antes do jogo da final) e a sua presença em campo foi deveras fundamental para o sucesso de toda a equipa.
Pelo 2º ano consecutivo o GDR Várzea esteve presente na Final com uma Equipa e no caso dos atletas Hélder Antunes, João F. Duarte e João F. Tavares conquistaram dois 2ª’s lugares, marcando presença em duas finais consecutivas, o que é notável.

É caso para dizer que eu treinando bem ou mal (é como sei) e como nisto do Futebol os resultados é que servem para avaliar o trabalho desenvolvido, posso dizer que o GDR VÁRZEA nos último anos parece ter regressado à ribalta e à elite deste Torneio ou pelo menos há já quem olhe para nós de maneira diferente, com outro respeito, admiração e receio. Isto não se deve só a mim, mas sim aos atletas que nos últimos anos optaram por representar o GDR em detrimento de outras equipas. Algumas delas até com mais nome, mais fortes e mais bem cotadas e que eu saiba nenhum deles se arrependeu.
Mas sobretudo tal façanha deve-se a uma Direcção empenhada em dar as melhores condições a estes atletas, dando-lhes valor, uma gratificação e tratando-os como eles merecem. Parece pouco mas se calhar hoje em dia poucos o fazem. Da minha parte, eu pessoalmente tenho a agradecer a forma como me têm apoiado e acarinhado. É já o 3º Ano que treino os miúdos do GDR e nos últimos 2 anos com esta nova Direcção penso que ela se tem bem demarcado das anteriores e não quero aqui estar a atestar demérito às anteriores mas sim a atribuir mérito à actual, liderada pelo Rui Almeida, que além de Presidente do GDR também é Presidente da JF de Várzea, e que tem-se esforçado ao máximo para que as coisas corram da melhor maneira, ele e a sua restante equipa. A ele, em meu nome pessoal como dos meus atletas, quero deixar aqui o meu muito obrigado.
Assim como também quero aproveitar para agradecer ao Miguel Ângelo Ferreira, Técnico de Desporto da CMA por nos ter deixado usufruir sem qualquer custo, do Campo Sintético do Complexo Desportivo, em Treinos foram mais de 10 horas gratuitas, que a serem pagas custariam mais de 100€. Tudo em prol dos miúdos, proporcionando-lhes condições únicas para aprender e para desenvolver as suas capacidades.
Para finalizar os agradecimentos, quero aqui agradecer à Farcimar, Arouconstrói, Crédito Agrícola de Arouca e Metaveiro pelos equipamentos. Assim como à Casa Mealha, mais concretamente à pessoa do Rui Mealha pelo ‘brinde’ que ofereceu aos Atletas do GDR, muito obrigado pelo patrocínio, toda a malta agradece e penso que é só com atitudes destas que se torna possível a participação num evento a esta escala.

Mas nem tudo correu bem, ou pelo menos, como o esperado. Sim, porque como eu já referi a nível da Direcção obtive sempre todo o apoio possível e imaginário: precisei de equipamentos, mandou-se fazer; de bolas, comprou-se; transporte para os miúdos, arranjou-se; no final do Torneio lamentável e incrivelmente não houve medalhas para todos, o GDR mandou fazer e gravadas, não só as que faltavam como um conjunto de Troféus para distinguir quem mais lutou e mais conseguiu materializar dentro das 4 linhas, a dedicação e o amor pelo ‘Clube’. No dia seguinte ao término do Torneio, reuniu-se os Atletas e deu-se uma pequena festa com lanche para todos os presentes. E a juntar a tudo isto ainda me ajudaram e comparticiparam nas ajudas de custo (despesas) que tive durante cerca de mês e meio, tempo dispendido com o Torneio (deslocações, gasóleo, etc.). Analisando tudo isso não tenho nenhum aspecto negativo a apontar, só aspectos positivos.
Mas vou revelar aqui em 1ª Mão que estou sinceramente a ponderar (ou a decisão já está mesmo tomada) abandonar o comando dos destinos das camadas jovens do GDR. E tudo se deve ao facto de uma série de acontecimentos desencadeados durante a realização do Torneio. E coisa que eu não admito é falta de respeito e exigências estúpidas para comigo. É certo que eu como era o Treinador dos 36 miúdos, era responsável por tudo de bom e de mau que lá se passasse. Mas há coisas que não tolero nem suporto. É que durante o Torneio chegou-se ao cúmulo de pais me ligarem a perguntar “porque é que o meu filhinho não jogou, que era o melhor da equipa e que já tinha ido falar com fulano que lhe deu razão e que se não o colocasse a jogar no próximo jogo, ia falar com o responsável e tal porque o filho andava triste”. Outros diziam que “o filho tinha ido jogar para a pior equipa ou que tinha ficado no banco mas que deveria ter entrado de início ou até mesmo jogar numa outra posição” ou até mesmo miúdos a pedir “eu hoje tenho de jogar de início porque fulano veio do estrangeiro de propósito para me ver jogar”. Ai o que um homem sofre e atura. Claro que é preciso lidar com a pressão e com as situações menos agradáveis que podem ocorrer nestas situações mas por amor de Deus, é ridículo as pessoas não saberem medir as suas atitudes, aquilo que pedem e pior… aquilo que transmitem aos seus filhos, outras vezes deixam-se chantagear por eles.

Ponto 1: Isto é apenas um Torneio de Futebol, onde é suposto as pessoas se divertirem. Quando digo pessoas, refiro-me aos atletas e a quem os vem ver e supostamente apoiar. Acima de tudo é importante que se divirtam, ninguém se lesione e que haja convívio, amizade, camaradagem e partilha (jogam todos, mas o Treinador/Responsável é que decide quem o deve fazer, como e quando);

Ponto 2: O responsável é sempre o Treinador e/ou o Delegado, a não ser que seja considerado inidóneo ou aparente anomalia psíquica;

Ponto 3: Se os filhos querem jogar, que se esforcem mais nos treinos em vez de andarem a ‘jogar às caçadinhas’, a brincar e a destabilizar quem está atento. Nem a contarem anedotas e piadas nos treinos ou mesmo em pleno banco de suplentes;

Ponto 4: Fazer telefonemas ou pedir pessoalmente para o filho jogar é a mesma coisa que tentar meter gasolina num carro a gasóleo, inútil, não funciona. Não cedo a pressões, vontades nem ameaças;

Ponto 5: Se algum miúdo estava descontente, vinha ter comigo e dizia-me na cara como alguns me fizeram. Não é mostrar um sorriso amarelo de que estava tudo bem, mas em casa iam a chorar para o colo do papá a dizerem que o treinador era isto e aquilo e que não o punha a jogar. Assim como dizer que tinha fulano na bancada para o ver jogar, não valia de nada, nem que lá estivesse o Papa;

Ponto 6: Ora se eu estava no banco com a Tânia Melo ou com o Rui Almeida, só estes é que me podiam dizer qualquer coisa. Vi muitas pessoas mesmo antes, durante e depois do Jogo da Final a dizer que “fiz mal, aquele é que deveria ter jogado, que o miúdo x não jogou nada, nem um pontapé na bola sabia dar” e outras coisas do género, o que é perfeitamente vergonhoso e lamentável.

Ter opiniões toda a gente pode ter assim como as pode expressar, agora estar constantemente a me desrespeitar a mim e aos miúdos é que não. Será que ninguém pensa? Um miúdo de 12, 13 anos jogar na Final, alguns com muita ansiedade e nervosismo a darem o seu melhor (apesar do seu estado nervoso) e no final ainda ouvirem bocas em que eles eram os alvos. Ou seja, já estavam tristes, cabisbaixos por terem perdido e logo por um resultado avolumado, ainda aparecem uns “peritos e donos da verdade absoluta” a rebaixarem-nos ainda mais, a desmotivá-los e a desvalorizar tudo aquilo que fizeram até ali, colocando-os deprimidos!

Haja santa paciência. Há pessoas que nem de casa deveriam sair, quanto mais! São mais crianças que as próprias crianças. E mesmo ao questionarem as minhas opções, criam mal-estar no grupo ao dizerem “O teu Treinador não sabe nada, tu é que devias de jogar no lugar de fulano”, estão a desunir o grupo e a criar rivalidade (internas) entre os miúdos. Mas agora eu pergunto: mas tirar quem e meter quem? Se bem que eu os tirei e meti a todos e não parávamos de sofrer golos, continuávamos sem soluções. Sabem que “depois de comer, não faltam colheres”. Depois de tudo ter acontecido, não falta quem dê ‘bitaites’ de como isto e aquilo deveria ter sido feito. Há que ter mais respeito, carinho e consideração por quem faz este tipo de acções.
Se querem reclamar e tentar rebaixar os outros, vão ter com o José Mourinho que ganha ‘muito pouco’ ou com os seus jogadores que auferem uns ‘míseros’ ordenados e exijam-lhes trabalho e resultados.

Agora a mim? Que ando ali durante 2 meses a trabalhar de graça, a correr, a planificar tudo, deixando muitas vezes os meus afazeres para 2º plano, não dando a devida atenção ao meu trabalho nem àquelas pessoas que fazem parte do ‘meu mundo’, a quem lhes devo muito e de quem gosto ainda mais. Elas sabem quem são. Apenas faço isto porque como um dia disse Fernando Pessoa “ O melhor do mundo são as Crianças” e quem se mete nisto é para as ver alegres, não é para tirar partido ou se exibir à custa delas, muito menos para arranjar chatices e confusões.
Mas muitas vezes os piores são os pais e algum público que assiste aos jogos, que querem que os miúdos se ‘matem todos’, que se atirem aos adversários, que os lesionem, que incitam à violência e que chamam nomes ao Árbitro, quer este decida bem ou mal um lance. Mas coitados, eles não têm culpa, o amadorismo e a ignorância pura é que leva a estes comportamentos. Já Sócrates (o outro, o que era grego) dizia: "Sábio é aquele que conhece os limites da sua própria ignorância”. E no final ainda me tentam exigir algo a mim e aos miúdos que só querem se divertir, passar umas boas horas e uns bons momentos e se possível um Verão diferente e… inesquecível!

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